Um evento que começou despretensioso, pequeno
até no nome, vai ganhando sua maturidade e experiência necessária para se
consolidar como uma mostra de credibilidade, não só entre o público e a mídia
especializada, mas também entre os próprios artistas que cada vez mais
demonstram interesse em participar dessa iniciativa que chega na sua 5ª edição. Esse é o Coletivo de Pequenos Conteúdos.
Em 2013 a
abertura da mostra mais uma vez será musical e fica por conta da banda
curitibana Red Foot. O
grupo traz uma bagagem musical diferente e transita
entre o blues/stoner/rock com influências que passam por Muddy Water, Led
Zeppelin, Dr. Feelgood, MC5 e Black Keys. Letras que remetem a velha guarda,
guitarras mais agressivas, um baixo ritmado, uma gaita que não para, viradas de
bateria e solos psicodélicos. Com a ideia de
fazer uma mistura de influências a Red
Foot vem criando um som livre, pois é assim que eles acreditam que o rock´n
roll deve ser. E é isso que o público que passar pelo primeiro dia de Coletivo
irá prestigiar: um rock/blues/ psicodélico. O nome da banda é uma referência
aos pés vermelhos. (Apelido dado aos paranaenses vindos do interior do Paraná)
Red Foot abre as portas do CPC 2013
Dentre as atrações teatrais que farão parte
da programação do CPC 2013 está o espetáculo ZERO (a postscript to the anarchist cookbook) da FALA Companhia de Teatro. A peça é uma obra de teatro
contemporâneo apresentado em inglês pelo ator nova-iorquino Brian Townes, com
direção e dramaturgia de Don Correa. Tratando de modo fragmentado e sem
possível lastro narrativo ou dialógico, o fio condutor da combustão humana
espontânea é explorado, expandido e problematizado.
Zero é único espetáculo em inglês do Festival
Outro estreante no CPC é o Grupo VEREDA, composto pelos atores
Maryah Monteiro e Johnny Leal sob a direção de Raquel Schaedler. Os artistas se
reuniram para a montagem de ELA que
estreou na Mostra de Dramaturgia SESI-PR/Teatro Guaíra 2012, sob orientação de
Roberto Alvim e descobriram proximidades e afinidades artístico-criativas muito
profícuas. O trabalho proporcionou desenvolver a escuta e a maturidade
artística resultando numa experiência humana sensivelmente construtiva.
Espetáculo surgiu na Mostra SESI Dramaturgia
Explorando as potencialidades de cada atração o CPC apresenta o trabalho
Insertar-se da Mataveri Cultural. De acordo com
Daniel Valenzuela, artista do trabalho, a Mataveri é um espaço criativo e
democrático que atua como produtora cultural, companhia de teatro e estúdio de
pesquisa, embasada no princípio do trabalho colaborativo e na crença na arte
como fator de transformação social. Utiliza o teatro como eixo central
agregador de outras formas de expressão artística como: dança, música,
audiovisual e desenho. Insertar-se
foi totalmente desenvolvido no Chile e faz sua estreia em terras brasileiras na
programação do CPC 2013.
Mescla de linguagens marca trabalho Inserta-se
A Minha
Nossa Cia. de Teatro traz para o palco do TUC, em diálogo com outros
artistas, a performance Isso! Eu posso!
Com a atriz da cia. Moira Albuquerque e os performers colaboradores Lauro
Borges e Silvia Patzsch. O trabalho terá sua estreia em 2013 no Festival de
Curitiba, dentro da programação do Coletivo de Pequenos Conteúdos. A companhia tem
trabalhado em busca de poéticas do espetáculo que potencializem o sensível. Surgiu em 2009 com a montagem do texto
"O Homem do Banco Branco e a Amoreira" de Léo Moita. O grupo se
desenvolve com a união de artistas de diferentes pesquisas, assim, tem como
ponto de partida as propostas individuais (Minha) e coletivas (Nossa) que convergem
como propulsor artístico.
Duas perfomances expressam o trabalho Isso! Eu posso!
Apostando na diversidade de linguagens e
estéticas outro novato no CPC apresenta toda extravagância do grande teatro do
mundo. Miss linda feia rainha de bateria pomba-gira do inferno tropical que
banha o lado de baixo do Equador. Mitologia travestida brasileirificada
transgredida no batuque de todos os anjos. Maracatu antropófago, grito verde e
amarelo com a boca cheia de bananas. Esse é Caronte é Carmen ou Panis et Circenses – A Saga de Lindonéia. O Núcleo
Móvel de Investigação Cênica surgiu no primeiro semestre de 2011 com o
encontro de três artistas (Giuliano Bilek, Manolo Kottwitz e Stéfano Belo) com
a performance “Relicários do Profano Matrimônio”. A partir de então, o grupo
busca desenvolver pesquisas em diversas áreas artísticas como a sound art,
performance art, dança, teatro e vídeo para fundamentar seus trabalhos. A ideia
é que a troca e o fazer artístico tornem-se mais potentes nos processos
criativos.
Núcleo Móvel de Incestigação Cênica brinca com possibilidades cênicas
Ainda
na característica de extrapolar os limites do teatro, o monólogo Branca de Neve conversa com sonho, com
o inconsciente e com a teatralidade. Papa Joana se caracterizou como
grupo de (Artes) no início do ano de 2011 e é composto pelas artistas: Daiane
Cristina, Danielle Campos e Janaína Fukushima. Atrizes e dançarinas do gênero
feminino, pesquisadoras das artes cênicas (do que esta formalmente comporta ou
não). Conhecidas pelo trabalho: “A
Branca de Neve” apresentado na Mostra da FAP de 2012 e na Colômbia de Férias na
Casa Selvática em Julho de 2012. Atualmente é possível encontrar as componentes
do grupo em casas de chá, onde estudam para obter uma cátedra na universidade.
Pesquisam os arquétipos femininos do Tarô de Marselha, Vênus, a Femme Fatale e
os contos de fadas.
Sonhos como teatralidade
E os veteranos do CPC O Estábulo de Luxo / Selvática Ações Artísticas trazem dois trabalhos para a edição 2013 sendo um deles o encerramento da mostra. Sucesso de público na edição passada, com o trabalho As Tetas de Tirésias, os artistas apresentam o seu mais novo trabalho.
E os veteranos do CPC O Estábulo de Luxo / Selvática Ações Artísticas trazem dois trabalhos para a edição 2013 sendo um deles o encerramento da mostra. Sucesso de público na edição passada, com o trabalho As Tetas de Tirésias, os artistas apresentam o seu mais novo trabalho.
Wunderbar é o novo trabalho do O Estábulo de Luxo |
Wunderbar é uma transubstanciação das obras do escritor e matemático inglês Lewis Carroll (autor entre outros livros de “Alice Através do Espelho” e “Alice no País das Maravilhas”) tendo como referência o teatro de variedades em um apoteótico tombamento. O encerramento fica por conta de Medéia: Espetáculo Transgênero, Vingativo e Gotejante uma reelaboração da obra original de Eurípides. Em cena: a tragédia da expulsão de uma mulher.
Ana Paula Frazão espera criar um documento sobre as demandas do Teatro Paranaense