Realização: Companhia Transitória

de 26 de março a 06 de abril de 2014 [ Teatro Universitário de Curitiba - Galeria Júlio Moreira s/nº - Largo da Ordem ]

sexta-feira, 7 de março de 2014

Variedade de boas opções: 6º CPC

Um evento que começou despretensioso, pequeno até no nome, vai ganhando sua maturidade e experiência necessária para se consolidar como uma mostra de credibilidade, não só entre o público e a mídia especializada, mas também entre os próprios artistas que cada vez mais demonstram interesse em participar dessa iniciativa que chega na sua 6ª edição.

Os artistas/companhias/grupos que integram a edição de 2014 do Coletivo de Pequenos Conteúdos são: Companhia TRANSITÓRIA, Grupo VEREDA, Gustavo Proença, Projeto Z, Companhia Setra, Núcleo Móvel de Investigação Cênica, Grupo VOLÁTIL, Tambores do Paraná, AZEITE Companhia de Teatro, MAMBA NEGRA Companhia de Teatro e o artista visual Max Carlesso.

A abertura ficará por conta do artista Gustavo Proença. O compositor, cantor e multinstrumentista Gustavo Proença traz ao palco do TUC o seu primeiro trabalho solo intitulado Minha Alegria. Após registrar em forma de canções suas andanças pelo Brasil, Gustavo reuni seus sambas com várias influências e vertentes. Da ginga baiana à malandragem carioca, o espetáculo Minha Alegria é um passeio por cores e sabores sonoros com temperos de norte ao sul do país. Ao lado de conceituados músicos da cena curitibana, Proença mostra que a alegria está presente no samba de roda, no partido alto, na marchinha e ijexá. Músicas que falam da alegria do amor e da saudade, contam histórias verídicas que parecem inventadas, exaltam as forças da natureza e festejam a dádiva da vida, como, sua parceria com Léo Fé, “Aguerê” que já é cantada em vários centros afroculturais; ou a campeã do Samba do Compositor Paranaense “Mar Grande”. Minha Alegria, um show imperdível e inspirador.

Gustavo Proença apresenta o show "Minha Alegria"

Dentre as atrações teatrais que farão parte da programação do CPC 2014 está o espetáculo Para Poe da Companhia Transitória organizadora da mostra. Para Poe é um espetáculo contemplado pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2012, obra de criação coletiva dos artistas Clarissa Oliveira, Erick Alessandro, Patrícia Cipriano e Thiago Inácio. O espetáculo se constrói a partir do processo colaborativo, de acordo com as referências de cada ator que possuem vivências artísticas distintas e a partir dessas singularidades um denominador comum se encontra. O trabalho aborda as interferências do universo pop na nossa sociedade e como as informações chegam a nós, a partir de ícones da cultura pop que servem como uma alegoria para a discussão de questões filosófica existencial. Uma comédia de humor ácido e irônico.


Para Poe da Companhia Transitória

Explorando as potencialidades de cada atração o CPC apresenta o trabalho CARNEQUEIMADA – meu campo de extermínio favorito do Núcleo Móvel de Investigação Cênica que também retorna ao CPC depois de ter abalado as estruturas do Largo da Ordem com a passagem do seu Caronte é Carmen. Uma cena performática, que parte da apropriação e re-significação dos conceitos que promovem as bruxas na obra MacBeth de W. Shakespeare. O processo trabalha a espetacularização do self do performer no formato de show de auditório.


CARNEQUEIMADA do Núcleo Móvel de Investigação Cênica


Também pegando gancho no sucesso que fez ano passado, o Grupo VEREDA volta a se apresentar no Coletivo, desta vez, composto pelos atores Fran Lipinski, Livia Deschermayer e Gustavo Zardo, novamente sob a direção de Raquel Schaedler. O trabalho FRENESI foi selecionado para apresentar no Breve Cenas de Manaus e participou do Núcleo de Dramaturgia SESI PR – Teatro Guaíra.


Frenesi do Grupo VEREDA

Com essa mesma afinidade de pensamento trazemos o trabalho da Azeite Companhia de Teatro e Mamba Negra Companhia de Teatro dois dos novos estreantes no CPC 2014. A Azeite Companhia de Teatro apresenta ‘Mar’, uma imersão na sensação de deriva e instabilidade através do tempo e do espaço. Com dramaturgia desenvolvida por Alexandre Lautert através do Núcleo de Dramaturgia SESI PR – Teatro Guaíra, a peça explora a perda de referencial e a constante dilatação/contração do tempo cronológico em nossa percepção.


Mar da Azeite Companhia de Teatro

A Mamba Negra Companhia de Teatro apresenta ‘Rainha das Âncoras’, um espetáculo construído a partir de discussões acerca de valores, costumes e tradições por vezes sem sentido, mas ainda assim mantidos em vigor. Resistência, desapego e medo de mudanças são as palavras-chave que constroem e sustentam a peça, em uma embarcação decadente.


Rainha das Âncoras da Mamba Negra Companhia de Teatro


Apostando na diversidade de linguagens outro novato no CPC traz para o TUC sua investigação do teatro sensorial e a busca de novas possibilidades da linguagem cênica. Terraço, da Companhia Setra, propõe uma história que permeia três sujeitos, dando possibilidades de identificação e/ou estranhamento, pois simultaneamente se percebe figuras do nosso cotidiano que externalizam de maneira extremamente potente, sentimentos que deixamos em torpor profundo.


Terraço da Companhia Setra
   

O projeto Sobre o Tropeço, realizado pelo Grupo Volátil, traz o olhar do grupo para o que está acontecendo aqui e agora. Através do ato de tropeçar, o grupo fará um convite ao espectador a observar a quebra de suas projeções físicas e psicológicas em uma imersão na zona de caos e desconforto. Todas as referências e discussões em cima do tema Tropeço estão calcadas nas relações: Vida x Morte e Caos x Ordem.


Sobre o tropeço do Grupo VOLÁTIL


Encerrando as atrações teatrais apresentamos o Projeto Z da diretora Nina Rosa Sá. Para ler aos trinta é um texto curto desenvolvido por Lígia Souza Oliveira durante umas das oficinas do Núcleo de Dramaturgia do SESI, sob a orientação de Marici Salomão. Nele é apresentada ao público uma personagem fendida em duas: seu ‘eu’ aos trinta anos de idade e seu ‘eu’ aos sessenta. Uma que escreve pequenas cartas e uma que as lê. Como se as palavras pudessem modificar o passado, a bailarina de 60 anos manda pequenos ps´s, fragmentos de vida, para aquela pessoa que ela mesma foi há trinta anos. Conselhos, arrependimentos e dúvidas. Assim, a encenação de Nina Rosa Sá divide a personagem que lê (ou seria a que escreve?) também entre duas atrizes, Kelly Eshima e Uyara Torrente, amplificando o jogo entre o que é passado e o que é presente. Ao final, resta uma incerteza: pode o passado ser modificado?


Para ler aos trinta do Projeto Z      


As artes visuais entram para o CPC através da exposição do artista Max Carlesso. Ator e artista visual nascido em Carazinho - RS, atualmente possui um espaço em Curitiba onde expõe seus trabalhos. As obras seguem uma poética onde o artista trabalha com cores e aplicações em suas telas.



Max Carlesso


A exposição visa uma experiência sobre a imagem e suas relações com as linguagens contemporâneas em um processo que parte do desenho. O projeto surgiu com o interesse de investigar personagens do mundo pop e do fazer teatral na contemporaneidade, por meio de uma instalação artística, visando uma nova relação entre os espectadores e o espaço. A linguagem vinculada a essa exposição tange um universo performativo, buscando ressaltar as faces ou máscaras que a obra do artista propõe. A exposição será na sala Arte Urbana da Galeria Julio Moreira onde se localiza o TUC.



O chapeleiro maluco sob o prisma do artista visual


A grande festa das artes chega ao fim com o encerramento do grupo Tambores do Paraná. O grupo apresenta sua seleção de batucadas para divulgação da cultura afro e brasileira, com muita música de tambor, canto e dança. Cantigas populares, produções próprias e músicas de autores parceiros, fazem da apresentação uma alegre festa cultural de ritmos e sons.


Tambores do Paraná

Ainda na característica de extrapolar os limites do teatro a mostra realiza sua tradicional festa na Casa Selvática. Dia: 04/04 - À partir das 23h.


            

sábado, 16 de março de 2013

Orgulhosamente apresentamos: 5º Coletivo de Pequenos Conteúdos!!!!



Um evento que começou despretensioso, pequeno até no nome, vai ganhando sua maturidade e experiência necessária para se consolidar como uma mostra de credibilidade, não só entre o público e a mídia especializada, mas também entre os próprios artistas que cada vez mais demonstram interesse em participar dessa iniciativa que chega na sua 5ª edição. Esse é o Coletivo de Pequenos Conteúdos.

Em 2013 a abertura da mostra mais uma vez será musical e fica por conta da banda curitibana Red Foot. O grupo traz uma bagagem musical diferente e transita entre o blues/stoner/rock com influências que passam por Muddy Water, Led Zeppelin, Dr. Feelgood, MC5 e Black Keys. Letras que remetem a velha guarda, guitarras mais agressivas, um baixo ritmado, uma gaita que não para, viradas de bateria e solos psicodélicos. Com a ideia de fazer uma mistura de influências a Red Foot vem criando um som livre, pois é assim que eles acreditam que o rock´n roll deve ser. E é isso que o público que passar pelo primeiro dia de Coletivo irá prestigiar: um rock/blues/ psicodélico. O nome da banda é uma referência aos pés vermelhos. (Apelido dado aos paranaenses vindos do interior do Paraná)

 
 Red Foot abre as portas do CPC 2013


Dentre as atrações teatrais que farão parte da programação do CPC 2013 está o espetáculo ZERO (a postscript to the anarchist cookbook) da FALA Companhia de Teatro. A peça é uma obra de teatro contemporâneo apresentado em inglês pelo ator nova-iorquino Brian Townes, com direção e dramaturgia de Don Correa. Tratando de modo fragmentado e sem possível lastro narrativo ou dialógico, o fio condutor da combustão humana espontânea é explorado, expandido e problematizado.

 Zero é único espetáculo em inglês do Festival

Outro estreante no CPC é o Grupo VEREDA, composto pelos atores Maryah Monteiro e Johnny Leal sob a direção de Raquel Schaedler. Os artistas se reuniram para a montagem de ELA que estreou na Mostra de Dramaturgia SESI-PR/Teatro Guaíra 2012, sob orientação de Roberto Alvim e descobriram proximidades e afinidades artístico-criativas muito profícuas. O trabalho proporcionou desenvolver a escuta e a maturidade artística resultando numa experiência humana sensivelmente construtiva.

 Espetáculo surgiu na Mostra SESI Dramaturgia

Explorando as potencialidades de cada atração o CPC apresenta o trabalho Insertar-se da Mataveri Cultural. De acordo com Daniel Valenzuela, artista do trabalho, a Mataveri é um espaço criativo e democrático que atua como produtora cultural, companhia de teatro e estúdio de pesquisa, embasada no princípio do trabalho colaborativo e na crença na arte como fator de transformação social. Utiliza o teatro como eixo central agregador de outras formas de expressão artística como: dança, música, audiovisual e desenho. Insertar-se foi totalmente desenvolvido no Chile e faz sua estreia em terras brasileiras na programação do CPC 2013.

Mescla de linguagens marca trabalho Inserta-se

A Minha Nossa Cia. de Teatro traz para o palco do TUC, em diálogo com outros artistas, a performance Isso! Eu posso! Com a atriz da cia. Moira Albuquerque e os performers colaboradores Lauro Borges e Silvia Patzsch. O trabalho terá sua estreia em 2013 no Festival de Curitiba, dentro da programação do Coletivo de Pequenos Conteúdos. A companhia tem trabalhado em busca de poéticas do espetáculo que potencializem o sensível.  Surgiu em 2009 com a montagem do texto "O Homem do Banco Branco e a Amoreira" de Léo Moita. O grupo se desenvolve com a união de artistas de diferentes pesquisas, assim, tem como ponto de partida as propostas individuais (Minha) e coletivas (Nossa) que convergem como propulsor artístico.
 
 Duas perfomances expressam o trabalho Isso! Eu posso!
 

Apostando na diversidade de linguagens e estéticas outro novato no CPC apresenta toda extravagância do grande teatro do mundo. Miss linda feia rainha de bateria pomba-gira do inferno tropical que banha o lado de baixo do Equador. Mitologia travestida brasileirificada transgredida no batuque de todos os anjos. Maracatu antropófago, grito verde e amarelo com a boca cheia de bananas. Esse é Caronte é Carmen ou Panis et Circenses – A Saga de Lindonéia. O Núcleo Móvel de Investigação Cênica surgiu no primeiro semestre de 2011 com o encontro de três artistas (Giuliano Bilek, Manolo Kottwitz e Stéfano Belo) com a performance “Relicários do Profano Matrimônio”. A partir de então, o grupo busca desenvolver pesquisas em diversas áreas artísticas como a sound art, performance art, dança, teatro e vídeo para fundamentar seus trabalhos. A ideia é que a troca e o fazer artístico tornem-se mais potentes nos processos criativos.

Núcleo Móvel de Incestigação Cênica brinca com possibilidades cênicas

Ainda na característica de extrapolar os limites do teatro, o monólogo Branca de Neve conversa com sonho, com o inconsciente e com a teatralidade. Papa Joana se caracterizou como grupo de (Artes) no início do ano de 2011 e é composto pelas artistas: Daiane Cristina, Danielle Campos e Janaína Fukushima. Atrizes e dançarinas do gênero feminino, pesquisadoras das artes cênicas (do que esta formalmente comporta ou não).  Conhecidas pelo trabalho: “A Branca de Neve” apresentado na Mostra da FAP de 2012 e na Colômbia de Férias na Casa Selvática em Julho de 2012. Atualmente é possível encontrar as componentes do grupo em casas de chá, onde estudam para obter uma cátedra na universidade. Pesquisam os arquétipos femininos do Tarô de Marselha, Vênus, a Femme Fatale e os contos de fadas.

 Sonhos como teatralidade


E os veteranos do CPC O Estábulo de Luxo / Selvática Ações Artísticas trazem dois trabalhos para a edição 2013 sendo um deles o encerramento da mostra. Sucesso de público na edição passada, com o trabalho As Tetas de Tirésias, os artistas apresentam o seu mais novo trabalho. 

Wunderbar é o novo trabalho do O Estábulo de Luxo

Wunderbar é uma transubstanciação das obras do escritor e matemático inglês Lewis Carroll (autor entre outros livros de “Alice Através do Espelho” e “Alice no País das Maravilhas”) tendo como referência o teatro de variedades em um apoteótico tombamento. O encerramento fica por conta de Medéia: Espetáculo Transgênero, Vingativo e Gotejante uma reelaboração da obra original de Eurípides. Em cena: a tragédia da expulsão de uma mulher.
Medéia encerra a 5ª Edição do Coletivo de Pequenos Conteúdos



Entendendo a cada edição sua importância como mostra de credibilidade perante público e artistas o CPC faz sua parte através da Mesa de Debates: Estética, Política e Contemporaneidade: Rumos do Teatro Paranaense. Cada vez mais se faz necessário uma discussão organizada a respeito das políticas públicas para o teatro no âmbito nacional. Partindo deste pressuposto e entendendo sua função como companhia de teatro, a Transitória em parceria com o SESC Paço da Liberdade promove, através da iniciativa da representante da setorial de teatro do Conselho Estadual de Cultura, Ana Paula Frazão, esse encontro onde o público participa como protagonista trazendo ideias, sugestões ou pontos de vista, tentando engrandecer o incentivo às artes. A atuação tanto do público geral como classe artística, se faz relevante para o sucesso do evento como para o desenvolvimento teatral paranaense.
Ana Paula Frazão espera criar um documento sobre as demandas do Teatro Paranaense